Steve's home, minha segunda casa em San Diego |
À vezes,as coisas fogem do nosso controle, como um pudim que desanda sem ter motivo. Menos de 24 horas antes do meu embarque para Berlin, percebi que no meu e ticket, emitido no Brasil 3 meses atrás, havia um erro mortal: meu sobrenome fora grafado de forma diferente do que consta do meu passaporte. Só isso foi motivo para o sistema (tudo é culpa do sistema) recusar meu check in on line.
Tentei contato via email, mas já era tarde demais para uma correção e eu corria o risco - dependendo do humor da atendente no balcão de embarque - de perder o bilhete! Essa era a pior coisa que poderia me acontecer. Bom, quando não se tem nada a fazer contra essas armadilhas da sorte, o jeito é enfrentar o toro a unha. Contei o problema ao Steve que se prontificou a me levar ao aeroporto para tentar obter o boarding pass no balcão e torcer para que o pequeno erro passasse despercebido.
Roo foi conosco no carro do Seteve. Com o coração na mão, subi ao primeiro piso do aeroporto onde ficam os balcões das companhias aéreas. A sorte sorriu de leve, me brindando com uma tarde quase deserta no aeroporto, o que propicia momentos de relax entre os atendentes. Dito feito. A atendente com cara de mexicana abriu um sorrisão me chamando para o guichê dela. Abusei do que sabia de truques de sedução lidos em alguma revista feminina , mas que funcionaram como nunca naquela hora.
Perguntou meu sobrenome, gelei, e respondi o correto. Ela não deu bolas para o pequeno erro (vai ver que nem percebeu) e até me agraciou com um dos melhores lugares nas aeronaves que me levariam a Berlin, com conexão em Nova York. Meu anjo da guarda estava de plantão naquele ultimo domingo de maio. Com certeza. Ela não imaginava o quanto aqueles boarding passes me fizeram bem.
Voltei para casa na carona do Steve e terminei de arrumar as malas.
SOBRE O ATLÂNTICO
Sem cinto, sem qualquer moeda nos bolsos, passei tranquilo pelo scanner do controle policial. Minha bagagem de bordo estava lotada para evitar excesso de peso na mala a ser despachada, que aliás passou raspando o limite. É bom saber que eles não pesam a mala de mao, a tal carry-on bag. Com esta estrategia dá para se ganhar alguns quilos de bagagem livre. Fora isso ainda liberam uma mochila ou bolsa de bordo sem controle de peso. A minha estava pesadíssima.
Mesmo sem ser mineiro, prefiro sempre chegar bem antes do horário de check in. Depois da mala despachada e do scanner, era hora de relaxar e aproveitar o wi-fi do aeroporto, que àquela hora da madrugada estava quase às moscas. Um café expresso duplo no abominável Starbucks, um iogurte com cereais e estava pronto para as quase 5 horas de vôo entre San Diego e Nova York.
O assento na aeronave da American Airlines , o 16A, janela, era atrás daqueles da saída de emergencia. A grande vantagem - que a atendente sabia - era não ter ninguém sentado na poltrona ao lado, o que me garantia esticar as pernas e me livrar de cotoveladas involuntárias.
Mas o grande engano meu foi pensar que serviriam algum café da manha na faixa. Alem de sucos e refrigerantes, tudo mais era cobrado no cartão de credito. Crise americana ou não, o fato é que parece-me que nenhuma companhia aérea americana serve mais comida de graça. E o cardápio é composto apenas por sanduíches cobrados a peso de ouro.
Ao que parece, este habito ainda não chegou às européias. Pelo menos, a alemã Air Berlin ainda serve almoço, fornece frasqueirinha com meia, mascara de dormir e kit dental. Na American Airlines, até o fone de ouvido é cobrado: 2 dólares!!! Ta na hora dos passageiros fazerem como fez a horrenda princesa Carlota Joaquina, ao zarpar do Brasil, país que odiou ate os últimos dia de sua vida: bateu a poeira dos sapatos, para nunca mais voltar.
O assento excelente prometido pela moça, realmente, aconteceu. Na fileira central, das quatro poltronas, apenas duas permaneceram ocupadas por mim e por um jovem alemão, que o Hitler adoraria tê-lo bem próximo. Não fosse a converseira em alto tom de uns casais de italianos na fileira de trás, melhor mesmo só na primeira classe. Lancei meu olhar Odete Roitman número 45 e eles se mancaram.
Mais uma vez agradeci aos céus por não ter dado folga dominical ao meu anjo da guarda, e aguardei de barriga cheia a chegada em Berlin prometida para as 7h15 (horário local), da terça-feira. Para não abusar da sorte já contatei minha locatária, Janine, que me aguardará no apartamento de Wilmersdorf às 8h45 ( nada mais alemão ha).
3 comentários:
Não sei como são voos locais na Europa, mas as companhias americanas não servem mais comida de graça apenas em voos locais. Em voos internacionais, servem as refeições de graça, como nos voos brasileiros.
Grafaram o Amaral com "u"? :-)
Odete Roitman iria destestar esta falação italiana, ehheheheh..... eles não criaram nenhuma problema no embarque porque viram o tamanho da sua juba!! ehehe pra que sobrenome?!
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