Deixei passar alguns dias para poder me convencer de que, definitivamente, Istanbul está entre as cidades que não merecem um retorno. De início pensei ter caído num bairro central demais ( e é) e -devido a isso- seria comum o trânsito caótico, o lixo transbordando pelas ruas, o comércio de terceira categoria, com suas lojas espalhando as mercadorias pelas calçadas. Mas, esta concepção de centro não cabe exatamente no modelo das cidades alemãs, tenho que admitir que a comparação é inevitável. Mas, como me disse um senhor uruguaio, "são belezas diferentes". Ok, são sim, e prefiro as outras.
Decidi fazer alguns tours, mesmo sabendo que seria irremediavelmente explorado. Apesar de terem como moeda a Lira Turca (1 euro=2,30 ), os serviços para turistas são cobrados em euros. (Em tempo: a Turquia é apenas membro associado da União Européia, mas ainda não faz parte completamente dela.). Comecei por um cruzeiro pelo famoso Bósforo,estreito que deixa uma parte da cidade na Europa e a outra na Ásia. Confusos, atrapalhados, os guias nem conseguem evitar que ambulantes abordem seus clientes-passageiros, a cada minuto, oferecendo perfumes falsificados, chapéus, bijouterias e outros artigos menos nobres.
A bem da verdade, Istambul não tem apenas um Gran Bazaar, que aliás, é somente enorme e ponto. A cidade em si é um grande bazar. O ruim é que é um bazar de coisas de má qualidade ou de quinquilharias para turistas. Para quem gosta deste tipo de cenário, há sim aquela coisa cultural do vendedor abordar o turista e chamá-lo para um chá, apenas para conhecer seus tapetes ou qualquer outra mercadoria. Um deles me abordou e quando soube que eu era brasileiro, já inventou que tinha um tio que morava em São Paulo e que se sentiria muito feliz se eu aceitasse um chá na loja dele. Agradeci, com a desculpa de que estava com horário estourado para encontrar amigos.
Outra verdade é a cultura da pechincha. Ela existe e é praticada em quase todas as lojas da cidade. Às vezes, é engraçado, mas só às vezes…
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