Depois de uma certa idade ("certa idade" será que é porque te olham na cara e a idade é certa?), passei a ter medo de altura (logo eu, que sonhava em ser trapezista!) e de gostar de vermelho, cor que eu sempre detestei. Porém, estar perto perto de um dos monumentos naturais mais importantes do mundo e não ir visitar é covardia "por demais". Fui e não me arrependi nem um pouco.
Para se visitar o Gran Canyon há várias empresas que oferecem o passeio, com preços e duração distintos. Antes de embarcar, comprei pela internet o tour da empresa Papillon. Com duração de praticamente o dia inteiro, o passeio me custou 109 dólares, almoço incluído. Saímos às 7h30 da manhã e voltamos por volta das18h. O motorista, um afro-americano muito engraçado, nos divertiu com piadas durante praticamente todo o trajeto. Faz parte do show.
Depois de algumas trocas de ônibus, desembarcamos num dos pontos chamado Skywalk. Tem esse nome porque os corajosos - eu de fora desta - pagam 29 dólares a mais para percorrer uma passarela de piso de vidro que se estende vários metros em balanço sobre um dos precipício do Gran Canyon. Toda a região é administrada e de propriedade de índios Navajos e de outras etnias aborígenes.
São eles que operam os pequenos ônibus que fazem ininterruptamente um percurso, de forma que o visitante possa tomar um destes, descer, visitar um local e depois tomar outro, sem ter de pagar nada. São três pontos turísticos, dois dos dos quais exploram a beleza solitária do Canyon, o terceiro imita (mal) uma rua do faroeste, com xerifes, bandidos e carroças.
Fugindo de sol escaldante, entrei num bar com portas vai-e-vem e lá dentro um cara ao violão cantava "Mamma Meggie", um dos hits de Jane Jopplin. Matei saudade dos bons tempos de acampamento em Trindade (RJ).
A paisagem é realmente muuuuito bonita, mas desoladora.Creio que seja como os famosos lençóis maranhenses: viu um quilômetro, o restante é uma repetição deste. De qualquer forma, aquele silêncio, vegetação cinza, e as rochas azuladas devem ser muito mais fascinantes para as águias que planam por entre os abismos e, sortudas, flagram os melhores ângulos.