Outra pegada de carona na cinematografia estilo BlockBuster é anunciada em folhetos turísticos. O que na lingua nativa é Panghan, no vale-tudo do comércio de belezas naturais a ilha virou "James Bond Island". Uma prova de que mau gosto não conhece fronteiras.
Ainda com as imagens de Phi Phi na cabeça (ops!), sai para jantar. Na volta, tive de me livrar do assédio interesseiro das massagistas. Mas, acabei caindo numa espécie de complexo de diversões adultas com o sugestivo nome Paradise (pós-maçã, claro). É uma rua pequena, fechada por uma cancela de trânsito, ladeada por dezenas de bares, prometendo despudoradamente shows de strippers e sexo ao vivo. De estômago cheio, considerei ser mais prudente voltar para o hotel.
O dia amanheceu de mau humor, sem sol e com pesadas nuvens. Logo pensei nas previsões meteorológicas, cheguei a ouvir que Bangkok estava debaixo d'àgua. Pura balela. Com o passar das horas, vi pela janela da Van que o dia nao seria de todo ruim. Alguns retalhos de céu azul começavam a aparecer. Ao meu lado, aboletou-se um casal de gordos australianos. Simpáticos, marido e mulher foram meus companheiros durante todo o tour.
Entrada da gruta |
Para se chegar a Panghan, uma espécie de gaiola amazônica leva mais de uma hora. Ainda bem que o cenário de ilhotas verdejantes é espetacular. Antes, paramos para um passeio pelas cavernas existente entre os penhascos. Confesso que se tivessem me dito antes, talvez não tivesse participado da aventura. Todos são convidados a entrar naqueles botes de canoagem. Três em cada um. Como estava sozinho, fui VIP sozinho com o barqueiro. Barco vai, barco vem, começamos a adentar uma caverna, que foi ficando escura, escura, até o breu total. De luz, apenas as lanterninhas de testa que os barqueiros portavam. Fachos de luz tênue numa escuridão sem fim.
Saindo da gruta escura |
Para quem tem medo de escuridão ou tem claustrofobia o inferno é ali. Respirei fundo e só perguntei ao cara se ele realmente sabia onde era a saída. Yes, sir, respondeu, com toda a doçura thai. Ainda bem que após intermináveis minutos vislumbramos uma luz. Alívio total para mim. Mas, sabia que ainda teria de suportar a volta. Em certos momentos a gruta é tão baixa que temos de nos deitar no barco com a rocha passando rente às nossas cabeças. Vez ou outra, um morcego alçava voo, tornando a aventura ainda mais, digamos, emocionante…
O GRANDE TOTEM
Menos punk foi a segunda parada. Desta vez, meu barqueiro particular me levou à ilha dos macacos. Os símios são pequenos e permanecem quietinhos, como que posando para nossas fotos. Após a segunda, terceira passadas, a coisa vira normal e não tem mais nada para se ver. No barco, preparavam o almoço, incluído no preço do tour.
Cinco jovens garotas libanesas, que apelidei de Spicy Girls, chocavam os asiáticos com poses sensuais e biquines sumaríssimos, com muita carne à mostra. Até eu, acostumado com a seminudez das nossas praias, achei a atitude das meninas meio sem propósito.
Enfim, avistamos a baía da tal James Bond Island, ou melhor, Panghan. Como não poderia ser diferente, outros trocentos turistas e dezenas de outros barcos parecem ter tido a mesma idéia que nós. Fazer o quê? Culpa do James Bond.
A gorda australiana e o marido barrigudo tiveram dificuldade para saltar do barco, enquanto as Spicys davam gritinhos, mostrando mais carne escapulindo pelos biquinis. O famoso e gigantesco penhasco em forma de totem não é visto, de imediato. Como que para criar mais suspense, ele só aparece quando menos se espera. A visão é magnífica. Parece que uma mão gigante fincou aquele totem a poucos metros da beira d'àgua, para dar o arremate final do design. Um gigante de pé olhando para os visitantes.
Um comentário:
Que lugar lindo, putz! Mas nessas cavernas eu não entrava nem a pau. Tá doido!
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