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segunda-feira, 25 de março de 2013




QUEM TEM GOOGLE VAI A ROMA

Hoje, o dia rendeu. Tomei meu café da manhã, sem ouvir barulho de nada na casa, o que deduzi que não havia ninguém. O relógio da cozinha indicava 9h, o Daniel já devia ter ido trabalhar e o Sam viajou para LA (Los Angeles) e só deve voltar amanhã. De vitamina de banana com aveia tomada, banho ídem, me vesti para o frio de 13 graus que o termômetro da casa indicava. Os raios do sol estavam sendo filtrados por uma leve cortina de nuvens cinzas.

Nao precisou mais do que meia hora para o calor vencer de lavada o frio matinal. Ontem, enquanto a mexicana Ana Helena, fazia a faxina do meu quarto, aproveitei para descer e pesquisar no Google Maps o melhor caminho para se chegar à loja da T-Mobile.Fora um erro de distância que me fez caminhar uns 20 minutos sob o sol californiano, em vez dos 4 equivocados do Google, tudo mais foi perfeito. O rapaz da operadora de celular me atendeu bem e indicou - pela  minha necessidade de web - um plano mensal ilimitado (voz+ web+mensagens) por 70 dólares, prorrogados por meio de recarregamento.

Com o celular ativado na mesma hora, acessei outra vez o Google Maps e obtive a direção, o ônibus e a parada mais próxima para quem, como eu, vai para Pacific Beach. Ninguém se perde mais neste mundo. O ônibus 30, procedente de Old Town, já era meu conhecido de outras viagens. Comprei  do motorista um Day Pass e me aboletei ao lado de uma moça que cochilou o quanto pode. Enquanto eu checava de vez em quando o trajeto no GPS do celular, ouvia a conversa animada em espanhol de duas mexicanas sobre atividades domésticas e corte de cabelo da moda. Os rostos, não traem a origem, parecem saídos de um quadro de Diego Rivera. "Tu conoces mi hermana, non?", reproduzi mentalmente minha imitação da Sandra, amiga do Valdir. 

O idioma espanhol é a segunda língua de San Diego. Ana Helena, que me disse morar na cidade há mais de 40 anos, não quer nem saber de falar inglês. Quando se vê em apuros, usa mímica ou se manda do lugar, disse-me ela, abrindo um sorriso. Ao que parece, sobraram para os ex-donos da terra (a cidade já pertenceu a Espanha e ao México até passar para os EUA em1846) o subemprego e a resistência linguística. Todos os avisos públicos estão em espanhol e em inglês,  até mesmo as informações sobre as próximas estações nos trolleys são faladas nos dois idiomas. Lembrei que os indígenas da Nova Zelândia também conseguiram isso. E os nossos índios?

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