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sábado, 20 de abril de 2013

TIJUANA, BELIEVE OR NOT


Rua de Tijuana, com colorido mexicano

Estar a menos de 25 quilômetros do México deixa qualquer aventureiro de alma cigana, como eu, com "ganas" de conhecer o país dos maias. Busquei um daytour para visitar Tijuana, a primeira cidade mexicana ao sul da Califórnia americana.  

O google me deu a dica da empresa Five Stars, que, por coincidência, tem escritório bem perto da minha nova residência.  O preço não era dos mais altos, 62 dólares, mas eu precisava ligar para saber se poderia pagar no local, porque o meu MoneyCard Visa só permite uso presencial. O que significa que não posso adquirir nada com ele via internet, porque preciso - na maioria das vezes - assinar o comprovante de compra do serviço ou produto. Essa limitação talvez seja a parte desfavorável de se usar este tipo de cartão de débito. No mais, só não ficar recebendo troco em moedinhas de um cent já é um alívio…
Arco de entrada da ciade

Usando minha linha T-Mobile pré-paga, liguei e fiquei sabendo que poderia pagar cash ou com cartão na loja da Five Stars meia hora antes do início do tour, marcado para as 14h daquela quinta-feira ensolarada. Ótimo. Carreguei celular e bateria da câmera porque altas fotos me aguardavam do outro do "checkpoint" San Isidro. 

Sem pressa, almocei no vietnamita uma comida apimentada, peguei o trolley na Washington Street e bem antes das 13h30 me apresentei no escritório da agencia de viagens, que funciona no belíssimo prédio histórico da estação Santa Fé.

Imigração em San Isidro
O ônibus que levaria os 15 passageiros parecia um schoolbus pintado de branco. Um grupo de loiras americanas me perguntou se eu saberia dizer se aquilo seria mesmo o nosso ônibus, pois haviam tentado obter a informação junto a um senhor baixinho com cara de chicano, "mas ele não falava inglês". Percebi nesta observação, e na cara que ela fez, uma pitada de preconceito pouco disfarçado. Aliás, americanos engolem mexicanos, como os alemães engolem turcos. Com  disfarçada dificuldade. 

ABDUZIDO PARA TAIPÚ

Nossa guia chegou esbaforida tentando desculpar-se por alguns minutos de atraso. Magra, de indubitáveis 150 centímetros de altura, a nossa guia iria nos contar verdades e invencionices  por todo trajeto da viagem de 5 horas. Daquela boca, em cuja arcada inferior faltavam pares de dentes, saiu a informação de que Tijuana acomodava uma população de mais de 3 milhões de criaturas. "Believe or not", como adorava repetir a mulher nascida em San Diego, mas com visível origem mexicana.
Mariachis
 

Advertidos, todos portamos passaportes válidos que poderiam ser solicitados na fronteira. Descemos do schoolbus e entramos no posto de Imigração, que por sorte, estava praticamente vazio de turistas. 

Depositamos nossas bagagens na esteira de raio-X e nos dirigimos em fila indiana para as autoridades de fronteira.  Fomos liberados, sem uma pergunta sequer. Menos mau.

Do outro lado, já em território mexicano, as instalações também são novas, estilo moderno, muito vidro e estruturas metálicas às vistas. Pegamos o ônibus e percorremos as ruas de Tijuana. Se a primeira impressão é a que fica, infelizmente, a cidade era tudo menos bonita, agradável, arborizada, acolhedora.

Paramos na frente de um restaurante para saborearmos dois tacos mexicaníssimos, como cortesia da Five Stars. Mesmo já tendo almoçado, degustei aquela porção mínima de feijão (marron) postado no prato ao lado de duas coisas arredondadas cobertas por cubos de carne cozida. Uma Fanta (paga a parte por 2,70 dólares) me fez engolir aquele lanche. Ok, os americanos também tem seus hamburgers intragáveis para minha atual vibe naturalista!

Centrinho de Tijuana



Longe do propagado charme cultural de outras cidades do país, Tijuana parece reforçar a dicotomia pobre & rico numa sociedade nada justa. Só os mariachis e as cores berrantes de algumas fachadas confirmavam que eu estava em solo mexicano. Mas,  dispensasse a língua e os letreiros em espanhol, eu poderia apostar que havia sido abduzido para alguma cidade do interior nordestino, talvez uma Taipú ou Escada de muitos anos atrás.  

Quinquilharias turísticas, entre as quais os populares sombreros e ponchos, se equilibram em araras improvisadas que invadem as calçadas.Tudo muito barato, pelo menos, nesta parte da cidade. Por 4 dólares, qualquer um pode devorar um farto prato de comida típica. Um táxi da fronteira até aquele centro também custa de 3 a 4 dólares. Um taco, pouco mais de 1,5 dólar! A cotação é extremamente favorável para quem tem as verdinhas, que são super bem aceitas em Tijuana.

COMING BACK

Depois de tentar em vão encontrar algum ângulo interessante para fotografar,  decidi voltar ao ponto combinado na Calle de La Revolución. As loiras americanas e a senhora que manca de uma perna torta já estavam lá aguardando a chegada da nossa falante guia. Para não decepcionar pra sempre os visitantes, nosso ônibus percorreu uma longa avenida chamada Paseo de los Heroes,  mostrando edifícios altos, modernos shopping centers (Aguas Calientes) envidraçados, com jardins de um verde impecável! E estátuas dos heróis, por supuesto, hombre!
Praça Santa Cecilia, centro de Tijuana

Sim, esta parte da cidade imita com perfeição o outro lado, com  calçadas apresentáveis, 7Eleven, Pizza Hut, etc. Mas, dura pouco e logo voltamos a percorrer uma paisagem que lembra nossas favelas, porém, mais arrumadas e sem barracos. 

Mais adiante, delimitando os dois países passamos pelo muro com arame farpado e cruzes lembrando os mexicanos que morreram tentando atravessar para o "paraíso americano" . Impossível não me lembrar, com tristeza, do muro de Berlin.


Fila para passar pela Imigração, na volta

Para evitarmos as intermináveis filas nos acessos de retorno à fronteira, nosso motorista optou por outra passagem, mais distante no centro de San Diego, porém mais rápida nos tramites da Imigração. Sim, mesmo assim, voltar é mais complicado. Há duas filas: uma para quem tem cartão de acesso livre e outra para visitantes comuns, como nós. 

A fila anda rápido até chegarmos, com passaporte em mãos, ao interrogatório das autoridades. Quanto tempo em Tijuana e se trazia alguma coisa na bagagens foram as perguntas feitas a mim pelo americano com cara de mexicano. Nem carimbo meu passaporte recebeu.

Já passava das 19h quando nosso grupo cruzou a fronteira para aguardar o ônibus da Five Stars. Por algum motivo que nem a nossa guia soube explicar, a demora foi de mais de 45 minutos sob o vento frio do anoitecer. Retirei da mochila meu providencial agasalho. Nossa viagem terminou onde começara, atrás da estação Santa Fé, onde tomei o trolley que me deixou em casa três estações adiante.

Tijuana nunca mais, believe or not.


terça-feira, 16 de abril de 2013

PORTAS SEM FECHADURAS




Meu quarto com porta sem tranca

Anne viajou por uma semana para visitar a filha em Idaho, enquanto o Dani e o Sam saíram para caminhar por vários dias por lugares longínquos da Califórnia (Cali ou Califa, para os íntimos!). Resultado: tive de ficar como dono da casa, pegando correspondência,  atendendo o telefone, etc. Antes de sair, Ann lotou a geladeira com provisões para o meu café da manhã e me deu as instruções básicas necessárias. All right!

A primeira coisa que me inquietou foi o fato de que as portas internas da casa não têm fechaduras! Ou seja, se entrar alguém em casa, pode ir fazendo a festa em todos os quartos. Logo eu que, mesmo morando sozinho, sempre tive a mania de trancar (a chave) a porta do meu quarto! Ainda por cima, estas casas americanas são construídas com materiais diferentes dos nossos e o piso dá uns estalos, as paredes são ocas. Ou seja, ouvem-se barulhos - para mim - estranhos. 

Durante o dia, a claridade me dava segurança. Mas, à noite, o silêncio e a escuridão do condomínio me deixavam inquieto.  Melhor não pensar em nada e ver "American Idols" na TV até o sono me nocautear. Porém, qualquer barulhinho me despertava. Fiz pensamento positivo: por que entre as 300 casas do "condo", eles viriam exatamente nesta que estou?  E mais: se a dona da casa não se importa é porque nada acontece mesmo. Minha lógica tentando superar meus medos…

DE NOVO SOZINHO EM CASA

Se não bastasse o suplício de ficar sozinho na casa da Ann, acabo de saber que o Steve sai de férias por uma semana e vou ficar de novo sozinho na nova casa. Perguntei pela chave da porta da frente. Ele me disse que costumava deixá-la aberta e que se eu me "sentisse mais confortável" poderia trancá-la à noite. "Quem vai entrar na casa?", perguntou-me, como se isso fosse a coisa mais inimaginável desse mundo!  Minha "paura" paulistana tentou se esconder debaixo do tapete.

Lareira dentro do meu quarto

Não sei se é exagero, mas um brasileiro dono de uma lojinha de alimentos brasileiros me disse que San Diego é muito segura e que ele mesmo já havia esquecido a porta da loja aberta e nada havia acontecido. Contou que uma vez perdeu a carteira num estacionamento e ela foi devolvida com tudo que tinha dentro. Lendas urbanas ou não, o fato é que Adamo mora há 10 anos em SD e decidiu deixar o Brasil depois que teve a casa arrombada e todos os objetos surrupiados. Revoltado, decidiu abandonar o país e San Diego foi a cidade escolhida.

Hoje, ele é dono de uma lojinha ao lado do restaurante Brazil By The Bay, montado por brasileiros a uns 500 metros de Loma Riviera. Foi ali que outro dia matei a saudade de feijão, arroz, bife e saladinha. Ou seja, um PF que me custou 9,90 dólares, fora taxa de 8%, mais gorjeta. A feijoada é servida nos fins de semana a 15 dólares!!! Será que a Feijoada do Bolinha chegou a San Diego?

MUDANDO DE (L)ARES



A Sra. Roo


Na próxima sexta-feira, vai fazer um mês que desembarquei  insone no aeroporto de San Diego direto para a casa de Ann, no condomínio Loma Riviera. Já com saudade do meu quarto com lareira, amanhã deixo o lar-doce-lar da família Schwartz para passar o restante da minha temporada californiana na casa do Steve, junto com a sua esposa Kayle, e a cadela golden retriever Roo.

Minha mova residência não tem nada a ver com o charmoso sobrado de 4 dormitórios de Ann. Fica mais próxima de Downtown (centro), a uns 200 metros do Trolley, mas bem mais longe da praia. O centro mesmo de San Diego não tem praia, tem porto. O que vale dizer que para ver praia terei de tomar o trolley e mais um ônibus, numa viagem que deve durar uns 50 minutos. Se o tempo permanecer frio como está, não vou ficar no prejuízo. De mais a mais, não sou mais de ficar de papo pro ar torrando no sol da praia. Convenhamos.

Claro que se eu me dispusesse a pagar cerca de 2.500 dólares por um quarto com banheiro, Pacific Beach ou mesmo La Jolla estariam entre os meus endereços preferidos. Não tenho essa grana (ou I am not willing to) e 1.000 dólares na casa do Steve já estão de bom tamanho para o meu bolso.

STEVE'S HOME

Cabelo raspado a máquina zero, com quase 6 décadas nas costas e dois filhos adultos que já bateram asas de casa, Steve me pareceu um cara legal. Cheguei até ele via o Airbnb (www.airbnb.com), onde sua página oferecia um dos seus três quartos para locação, por algo em torno dos 1.200 dólares. Gato escaldado, mandei-lhe mensagem, pedindo para visitar o lugar, antes de bater o martelo. Geralmente, isso não é possível via Airbnb. Mas,  como "só não há jeito pra morte", Steve me respondeu falando de algo que poderia ser o nome de um local onde poderíamos nos encontrar. Claro que tudo isso cifrado, de tal forma que tive de analisar a mensagem detidamente e depois entrar no Google para descobrir o que ele queria dizer com o tal "regal beagle", escrito em minúsculas para não dar bandeira. Era um barzinho na rua da casa dele! Bingo!

No horário combinado e com o Google Maps na cabeça e na tela do meu Galaxy SIII, peguei o ônibus 35, desci em Old Town onde tomei o Trolley sentido Imperial Beach. Na verdade, o trolley só andou uma parada e logo desci em Washington Street. Para deixar a coisa mais misteriosa ainda, o autofalante do troley anunciava a estação errada. Por sorte, o caminho já me era familiar.

Passei por uma cervejaria e, achando que estava andando demais, tive a  inocente idéia de perguntar pela rua a um homeless. Bêbada, a pobre criatura grunhiu algo que me pareceu I don't know. Dei de ombros, segui em frente e logo avistei a placa com o nome India Street. O Regal Beagle estava fechado, só abriria naquele dia depois das 11h, conforme um cartaz afixado na porta. Dei uma olhada para ver se via um cachorro golden retriever, que era a "senha". Nada.  Quando já estava dando a causa como perdida, vejo o Steve (reconheci pela foto no Airbnb) vindo em minha direção.

Sorriso aberto, estendeu-me a mão e disse-me que o cachorro estava no pet shop para banho. O apartamento ficava a menos de 50 metros dali. Subimos uma escada externa de degraus de ferro e chegamos na casa. O construção é moderna, com praticamente todas as paredes tomadas por imensas janelas de vidro. Quando se entra há a sala de visitas junto com a cozinha, à esquerda o quarto do casal e no outro lado os dois quartos para hóspedes, divididos por um banheiro.

Para o meu nível de exigência, o apartamento pedia uma boa arrumação e eliminação de muitos trecos desnecessários!  Deixa prá lá, pensei. Mostrando-me as acomodações, Steve contou-me que sua esposa trabalha pintando cílios de clientes e ele estava de licença por ter se acidentado. Preferi não entrar nos detalhes de ambos os assuntos. Melhor negociar o aluguel, que seria pago diretamente a ele, portanto com direito a desconto, já que iríamos nos livrar da taxa de administração do Airbnb. Pechincha feita, o aluguel ficou por 1 mil verdinhas por mês. Economizei duzentas!


sexta-feira, 5 de abril de 2013

ANN, A DONA DA CASA

Hoje, decidi tirar meu dia para o doce prazer de não fazer nada. Não quero sair em busca de lugares novos, nem quero me preocupar com coisas turísticas. É um prazer que me dou o direito sempre que estou em viagem: não fazer nada e sem culpa. Ler, cochilar, ouvir  FM no estéreo… and time goes by.
Ann, minha anfitriã, e eu em pic-nic no Parque Balboa

Ontem, conheci pessoalmente minha anfitriã, com quem até gora só havia mantido contato via email. Ann Schwartz nasceu há umas boas 6 décadas na Inglaterra e veio ainda jovem para a América do Norte. Magra - para o despeito das norte-americanas que mal conseguem acomodar o gigantesco traseiro nos bancos dos ônibus da cidade -  a loira mãe de dois filhos, mais um enteado e avó de alguns pimpolhos, guarda ainda traços de quem algum dia foi bonita como Julie Andrews.

Estava escrevendo no computador da sala, quando a surpreendi soltando meu mais perfeito Good Morning. Virou-se, abriu um sorriso de mãe e abraçou-me carinhosamente. Perguntou-me se estava tudo bem, se precisava de algo, desculpando-se, mais uma vez, pelo incidente do aeroporto, quando o Dani deu-lhe a desculpa esfarrapada de que ficara rodando sem me achar. Mãe é igual em qualquer parte do planeta, só muda o CEP, pensei. 
Contou-me que alegrou-se ao ver o sol californiano, e que só aqui tirou as botas de neve usadas durante todas as suas férias na Europa. Mesmo inglesa, Ann faz coro comigo no quesito "Abomino Neve"!

OUTRAS IMAGENS

Bondinho fake que me levou a Coronado
Estatua de Bob Hope, no porto


O trolley























     























Rua dentro do condomínio
                                                           
Entrada do condomínio onde estou hospedado








































































































                                                           




CORONADO & MARILYN






Já havia passado por Sea Port Village, quando no sábado fiz um Sightseeing num bondinho simpático, guiado por um motorista de bochechas vermelhas e óculos redondos de fundo de garrafa (foto abaixo).

Durou cerca de 2 horas por 35 dólares, com direito a interromper a viagem e retomá-la quantas vezes quisesse. Sea Port Village ficou para outro dia, e quase na faixa, graças ao passaporte Compass, do Metropolitan Transit System, que me custou apenas 20 dólares para rodar ilimitadamente durante um mês inteiro em qualquer transporte público de San Diego. Claro que esse valor é  um direito apenas de quem já viveu (algumas) décadas… Os outros que desembolsem 70 dólares!!!!  E pensar que uma única passagem de ônibus custa US$ 2,25! 


Foi com o motorista bochechudo que fui até Coronado. Atravessamos uma ponte altíssima, para o horror de quem tem pavor de grandes alturas, como eu. Ainda por cima, sendo castigado por um vento polar que tornava a aventura ainda mais desconfortável. Pior do que isso só mesmo a travessia da Golden Gate em San Francisco. Todo o tormento, porém, se esvai quando se chega na cidade e se vislumbra o skyline da Baía de San Diego. Tão belo quanto a Baía de Guanabara vista de Niterói ou Manhattan para quem está no Brooklyn. Me permitam os bairristas tamanho exagero.



Essa é uma das vantagens de quem mora em Coronado, além do orgulho de ter entre suas edificações o prestigiado Hotel Del Coronado, que já hospedou astros de cinema, como Marilyn Monroe (ali filmou cenas de "Quanto Mais Quente Melhor"), Bette Davis, a chata da Whoopie Goldberg, Madonna, Brad Pitt e mais recentemente Obama. Por questões de segurança, aliás, o marido de Michelle não deve poder ultimamente repousar em Coronado. É naquela pequena ilha onde estão de prontidão os poderosos caças com suas ogivas nucleares apontadas para terras além do Pacífico. E vice-versa.


THE KISS AT TUNA HARBOR, SEA PORT




A polêmica continua. Teria sido aquela foto montada com modelos pagos para tal? Ou teria sido ao acaso em 1945, em Times Square (NY), como quis fazer crer seu autor, o fotógrafo Alfred Eisenstaedt? O fato é que de tão famosa, por representar iconicamente o fim da Segunda Guerra Mundial, a foto publicada na época com destaque no jornal New York Times virou escultura e hoje está nos jardins do Sea Port, em San Diego. 

Kitsch ou não, o casal gigante de 27 pés de altura, está ali para qualquer casal apaixonado imitá-lo. E ninguém se importa de pagar o mico.

Fui a Sea Port no domingo de Páscoa. O que antes me pareceu um parque tranquilo, virou naquele dia um Ibirapuera aos domingos, com todo tipo de atrações, incluindo até as indispensáveis estátuas vivas. 


Com fator 60 da Nívia, me senti protegido do sol quente de quase meio-dia. Caminhei sem pressa pelos piers, espiei preços dos ferries partindo dali para Coronado (US$ 4,50) e confirmei que o espanhol é mesmo quase uma segunda língua oficial daquela região. Não é para menos. A cidade mexicana de Tijuana está a cerca de 24 quilômetros do centro de San Diego. 

No caminho de volta, um policial com corpo de quem nunca viu uma esteira na vida, tratou de fazer sua árdua tarefa de pedir a passagem a quem estava na plataforma do trolley. Abri minha carteira e mostrei-lhe meu Compass Card de 20 dólares. Outros fizeram o mesmo e ninguém foi autuado naquele dia de coelhos e ovos de páscoa.