A Sra. Roo |
Na próxima sexta-feira, vai fazer um mês que desembarquei insone no aeroporto de San Diego direto para a casa de Ann, no condomínio Loma Riviera. Já com saudade do meu quarto com lareira, amanhã deixo o lar-doce-lar da família Schwartz para passar o restante da minha temporada californiana na casa do Steve, junto com a sua esposa Kayle, e a cadela golden retriever Roo.
Minha mova residência não tem nada a ver com o charmoso sobrado de 4 dormitórios de Ann. Fica mais próxima de Downtown (centro), a uns 200 metros do Trolley, mas bem mais longe da praia. O centro mesmo de San Diego não tem praia, tem porto. O que vale dizer que para ver praia terei de tomar o trolley e mais um ônibus, numa viagem que deve durar uns 50 minutos. Se o tempo permanecer frio como está, não vou ficar no prejuízo. De mais a mais, não sou mais de ficar de papo pro ar torrando no sol da praia. Convenhamos.
Claro que se eu me dispusesse a pagar cerca de 2.500 dólares por um quarto com banheiro, Pacific Beach ou mesmo La Jolla estariam entre os meus endereços preferidos. Não tenho essa grana (ou I am not willing to) e 1.000 dólares na casa do Steve já estão de bom tamanho para o meu bolso.
STEVE'S HOME
Cabelo raspado a máquina zero, com quase 6 décadas nas costas e dois filhos adultos que já bateram asas de casa, Steve me pareceu um cara legal. Cheguei até ele via o Airbnb (www.airbnb.com), onde sua página oferecia um dos seus três quartos para locação, por algo em torno dos 1.200 dólares. Gato escaldado, mandei-lhe mensagem, pedindo para visitar o lugar, antes de bater o martelo. Geralmente, isso não é possível via Airbnb. Mas, como "só não há jeito pra morte", Steve me respondeu falando de algo que poderia ser o nome de um local onde poderíamos nos encontrar. Claro que tudo isso cifrado, de tal forma que tive de analisar a mensagem detidamente e depois entrar no Google para descobrir o que ele queria dizer com o tal "regal beagle", escrito em minúsculas para não dar bandeira. Era um barzinho na rua da casa dele! Bingo!
No horário combinado e com o Google Maps na cabeça e na tela do meu Galaxy SIII, peguei o ônibus 35, desci em Old Town onde tomei o Trolley sentido Imperial Beach. Na verdade, o trolley só andou uma parada e logo desci em Washington Street. Para deixar a coisa mais misteriosa ainda, o autofalante do troley anunciava a estação errada. Por sorte, o caminho já me era familiar.
Passei por uma cervejaria e, achando que estava andando demais, tive a inocente idéia de perguntar pela rua a um homeless. Bêbada, a pobre criatura grunhiu algo que me pareceu I don't know. Dei de ombros, segui em frente e logo avistei a placa com o nome India Street. O Regal Beagle estava fechado, só abriria naquele dia depois das 11h, conforme um cartaz afixado na porta. Dei uma olhada para ver se via um cachorro golden retriever, que era a "senha". Nada. Quando já estava dando a causa como perdida, vejo o Steve (reconheci pela foto no Airbnb) vindo em minha direção.
Sorriso aberto, estendeu-me a mão e disse-me que o cachorro estava no pet shop para banho. O apartamento ficava a menos de 50 metros dali. Subimos uma escada externa de degraus de ferro e chegamos na casa. O construção é moderna, com praticamente todas as paredes tomadas por imensas janelas de vidro. Quando se entra há a sala de visitas junto com a cozinha, à esquerda o quarto do casal e no outro lado os dois quartos para hóspedes, divididos por um banheiro.
Para o meu nível de exigência, o apartamento pedia uma boa arrumação e eliminação de muitos trecos desnecessários! Deixa prá lá, pensei. Mostrando-me as acomodações, Steve contou-me que sua esposa trabalha pintando cílios de clientes e ele estava de licença por ter se acidentado. Preferi não entrar nos detalhes de ambos os assuntos. Melhor negociar o aluguel, que seria pago diretamente a ele, portanto com direito a desconto, já que iríamos nos livrar da taxa de administração do Airbnb. Pechincha feita, o aluguel ficou por 1 mil verdinhas por mês. Economizei duzentas!
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