Meu quarto com porta sem tranca |
Anne viajou por uma semana para visitar a filha em Idaho, enquanto o Dani e o Sam saíram para caminhar por vários dias por lugares longínquos da Califórnia (Cali ou Califa, para os íntimos!). Resultado: tive de ficar como dono da casa, pegando correspondência, atendendo o telefone, etc. Antes de sair, Ann lotou a geladeira com provisões para o meu café da manhã e me deu as instruções básicas necessárias. All right!
A primeira coisa que me inquietou foi o fato de que as portas internas da casa não têm fechaduras! Ou seja, se entrar alguém em casa, pode ir fazendo a festa em todos os quartos. Logo eu que, mesmo morando sozinho, sempre tive a mania de trancar (a chave) a porta do meu quarto! Ainda por cima, estas casas americanas são construídas com materiais diferentes dos nossos e o piso dá uns estalos, as paredes são ocas. Ou seja, ouvem-se barulhos - para mim - estranhos.
Durante o dia, a claridade me dava segurança. Mas, à noite, o silêncio e a escuridão do condomínio me deixavam inquieto. Melhor não pensar em nada e ver "American Idols" na TV até o sono me nocautear. Porém, qualquer barulhinho me despertava. Fiz pensamento positivo: por que entre as 300 casas do "condo", eles viriam exatamente nesta que estou? E mais: se a dona da casa não se importa é porque nada acontece mesmo. Minha lógica tentando superar meus medos…
DE NOVO SOZINHO EM CASA
Se não bastasse o suplício de ficar sozinho na casa da Ann, acabo de saber que o Steve sai de férias por uma semana e vou ficar de novo sozinho na nova casa. Perguntei pela chave da porta da frente. Ele me disse que costumava deixá-la aberta e que se eu me "sentisse mais confortável" poderia trancá-la à noite. "Quem vai entrar na casa?", perguntou-me, como se isso fosse a coisa mais inimaginável desse mundo! Minha "paura" paulistana tentou se esconder debaixo do tapete.
Lareira dentro do meu quarto |
Não sei se é exagero, mas um brasileiro dono de uma lojinha de alimentos brasileiros me disse que San Diego é muito segura e que ele mesmo já havia esquecido a porta da loja aberta e nada havia acontecido. Contou que uma vez perdeu a carteira num estacionamento e ela foi devolvida com tudo que tinha dentro. Lendas urbanas ou não, o fato é que Adamo mora há 10 anos em SD e decidiu deixar o Brasil depois que teve a casa arrombada e todos os objetos surrupiados. Revoltado, decidiu abandonar o país e San Diego foi a cidade escolhida.
Hoje, ele é dono de uma lojinha ao lado do restaurante Brazil By The Bay, montado por brasileiros a uns 500 metros de Loma Riviera. Foi ali que outro dia matei a saudade de feijão, arroz, bife e saladinha. Ou seja, um PF que me custou 9,90 dólares, fora taxa de 8%, mais gorjeta. A feijoada é servida nos fins de semana a 15 dólares!!! Será que a Feijoada do Bolinha chegou a San Diego?
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