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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

BORA BORA PARTE 3


ONDE ESTÃO AS BELAS BRASILEIRAS?

 
Ilhotas cercadas de corais e do mar turquesa
Meu ultimo dia de paraíso. E porque “we don’t  live twice”, decidi fazer um tour circundado a ilha. A lancha que nos levará ao tal Jeep Safari (organizado pela Bora Bora Tupuna Safari tupuna.bora@mail.pf), há 15 no mercado polinésio, chegou pontualmente às 8h15. Menos de 5 minutos depois, estávamos desembarcando no pier da ilha de Bora Bora (não esquecer de que o Pearl Beach Resort fica num motu), onde o tal 4x4 dirigido pelo volumoso Etienne nos esperava.

O guia Etienne e os americanos Debra e John
Cumprimentos amigáveis e a infalível pergunta ao casal de americanos e a mim: “Where you from”? Quando revelei a minha nacionalidade, o polinésio logo perguntou onde estavam as belas mulheres brasileiras. Onde sempre estiveram: no Brasil, respondi com um sorriso. Ok,  começou o tour somente com nós três porque os franceses do Four Seasons não chegaram a tempo. Lá vamos nós, a Debra, o John, ambos da Virgínia (USA), e eu.

Quer saber? Eu já perdi o preconceito de fazer este tipo de programa. Se você tem pouco tempo, não adianta ficar batendo perna, quebrando a cabeça para chegar aos pontos que este tipo de serviço lhe leva por 7.900 cfp (cerca de 66 euros), com direito a um guia contando tudo sobre a cidade e respondendo as suas perguntas. Vale muito a pena. Claro que você tem de se informar sobre o tipo de passeio, porque também tem algumas roubadas, como em qualquer lugar do planeta turístico.

DILMA NA POLINÉSIA

Etienne é uma figura. Camisa florida, bermuda e tênis. Típico guia turístico, com piadinhas e truques engraçados. Faz parte do business. De repente, começamos a percorrer uma trilha no meio do mato (uma vegetação tropical exuberante, aliás), o que me lembrou as aventuras de quem enfrenta o sobe e desce das dunas de Genipabu (RN), sem saber o que significa “com ou sem emoção”. Nós sacolejávamos, desviando de hibiscos, palmeiras, pé de Fruta-pão, folhas de bananeiras, etc.

Enquanto isso, nosso motorista cantarolava o tema do filme “Indiana Jones”. Pode? Até que chegamos o “top of the hill”… Uma visão maravilhosa de quase 360 graus, com os montes Paia e Otemanu nos observando dos seus mil e tantos metros de altura. Conversa vai, conversa vem, Etienne lembrou – para a minha grata surpresa - que acabamos de eleger a primeira mulher presidente do Brasil! E olhe que isso foi hoje, dia 2/11, informação fresquinha para um estrangeiro que mora no meio do nada.

Entusiasmado com o nível de informação do rapaz, engatei outra pergunta. O que mais você sabe sobre o Brasil? “Que tem o melhor time de volleyball do mundo. São campeões!”. Vibrei com a resposta, principalmente porque sou fã dos meninos do Bernardinho! Etienne me ganhou. Mauruuru!!!! (obrigado, em taitiano)

Sabem como eles cultivam as famosas pérolas negras?
O Jeep Safari passa também por uma oficina de pérolas negras (o comércio destas black pearls tem grande importância para economia do Tahiti). Porém, quem viaja sabe que é sempre uma roubada comprar nestes locais em que os tours param. Com certeza NÃO é o lugar mais barato. Portanto, olhe, elogie, mas não compre. Porque aí uma única pérola não custava menos de 200 euros! Uau! O mesmo vale para a lojinha que vende pareôs feitos a mão na hora. Tire fotos, pergunte, faça cara de interessado... e só.

ESCOLAS E CEMITÉRIOS

Houve uma época em que poucas coisas eram proibidas na Polinésia. Isso foi antes da chegada de padres, pastores e mórmons que vieram evangelizar o povo nativo. Ok, que eles acabam com a prática do canibalismo, mas proibiram também as danças e a música locais. Somente há pouco tempo, estas manifestações artísticas voltaram a fazer parte da vida dos polinésios. Para a alegria dos turistas, claro!
Sepultamento no quintal
Outra coisa que ainda resiste, embora também proibido, é o sepultamentos dos parentes nos quintais das casas. Passamos por vários destes mausoléus, sempre enfeitados com muitas guirlandas de flores, sem que haja qualquer constrangimento em mostrá-los ao público.

Em Bora Bora, só há o equivalente às nossas escolas de primeiro grau. O segundo grau é feito no Tahiti, onde também há cursos superiores. O nosso guita nos informou que, depois do advento do turismo, o governo incentivou a população local a trabalhar nos hotéis, fornecendo-lhes moradias em Bora Bora (muitos morava nas outras ilhas menores e motus), em locais que chamam de “condomínio”. Sãocasas decentes de um ou dois dormitórios e de , no mínimo, 60m2.

TRADIÇÕES E FLORES

Claro que com a caretice dos religiosos muito da sensualidade nativa dos polinésios foi parar apenas nos shows folclóricos. No dia a dia, o povo são tolera muito. Vi uma turista fazendo topless na praia em frente ao hotel. Era a única. Depois soube pela Debra que eles não gostam, mas “vai de cada um”, argumentaram.
Tanto é que o Tirei – o pool boy – me disse que há uma ilha bem próxima do Hilton Hotel onde os hóspedes praticam o nudismo. Ele disse que só ficou sabendo porque passa por ali na sua canoa no caminho de casa para o trabalho. Sorriu desconfiado dentro do seu pareô amarelo. Separado da esposa, com três filhos, ele confessou ser proibido de ter qualquer relacionamento com as hóspedes. Tudo na moral.

Mas, a invasão do turismo também acaba mudando algumas coisas. Etienne, por exemplo, diz que não tem nenhuma tatuagem, diferentemente da quase totalidade dos homens das ilhas. Segundo ele, antigamente, a tatuagem tinha um significado especial, mas hoje tudo não passa de um enfeite a mais.
Debra tenta aprender a fazer as tiaras de flores


Aliá, enfeite é o que não falta tanto nos homens como nas mulheres. Hoje, houve uma aula de como fazer as tiaras de flores. E eu que pensava que aquilo era de flores artificiais, como nos bailes do Havaí! É incrível como elas montam com grande rapidez e tudo sem qualquer arame, apenas cordas finas e todo tipo de flor. 
 Os homens comuns das ruas usam, sem problemas, as suas tiaras de folhas verdes, como se fosse o mais elegante chapéu! Portanto, se vier por aqui ponha sua flor na orelha. Mas, lembre-se de um detalhe: na esquerda, é para casados e na direita para os solteiros!

Dona da lojinha mostra como se pintam os pareôs









segunda-feira, 1 de novembro de 2010

BORA BORA PARTE 2

LEMBRANDO DE MORUROA

Hoje tirei o dia para curtir este paraíso localizado a apenas  6.000km da Austrália, quase uma ida e volta Natal-São Paulo.  Gozado é que, num ângulo em que só apareça coqueiro e céu, se me perguntassem, eu juraria que estava numa praia do NE. Ajudado, claro, pela temperatura, bem acima dos 27 graus centígrados, e por um sol beeeeem quente. E  lembrar que este paraíso, mais precisamente em Moruroa, foi palco de testes nucleares do governo francês entre 66 e 74!!!!!  Trés mal, trés mal...

Café da manhã tomado, muito bem tomado, aliás, com destaque para os brioches (aquela Maria Antonieta sabia de tudo!!!!) e – de novo – as frutas, cai na água, depois de pegar snorkel e pé de pato com os Pool Boys (como são chamados os rapazes do serviço de piscina, que usam invariavelmente somente um pareô florido como uniforme de trabalho. ). Como diria o chato do Luciano Huck, “loucura, loucura, loucura”: mar com água morninha às 8h da manhã, peixinhos coloridos passando indiferentes ao meu lado; outros fazendo cara de desprezo para o intruso, cardumes com roupa listrada! Na verdade, eu estava dentro de um aquário natural, ao ar livre. “Fine, mister? Levantei o dedo afirmativamente para o colega hóspede.

Lagarteei um pouco ao sol matinal, admirando pela enésima vez aquele cenário desenvolvido, imaginado, featured por Ele, com uma mãozinha de algum paisagista de peso. A belíssima Bora Bora é uma das ilhas do arquipélago da Societé, descoberta há uns 400 anos. Depois de várias invasões ao reino do Tahiti, toda região foi entregue pelo rei dos polinésios à França, passando, anos depois, a ser considerada Coletividade de Ultramar, espécie de protetorado francês.

A impressão que dá é que os nativos souberam preservar seus costumes e, principalmente, o idioma, que é falado por eles paralelamente ao francês. Tanto é que as orientações de bordo do avião da Air Thaiti  estão escritas também em taitiano! Nossos indígenas tiveram menos sorte, ou entregaram o ouro mais facilmente.

Passarela de entrada no Pearl Resort

Show folclórico em Moorea, antes do mico
Tiare
Coqueiros dançantes
Tão bonito que parece o Rio de Janeiro
Mon chalé a Bora Bora
O pool boy chamado Terei

VAMBORA PRA BORA BORA

 BORA BORA


Fechei minha conta, que somou cerca de 150 euros (mais de 17 mil cfp). Achei razoável para
quem se alimentou de uma cozinha espetacular. Agora era esperar que viessem me buscar
para levar-me ao aeroporto. Meu vôo estava marcado para 10h30. No horário certo, bateu
asas um bimotor turboélice. Ufa, pelo menos, mais potente que o pequeno que me levou a
Moorea. A viagem durou exatos 45 minutos. Sentei-me no lado esquerdo do avião de quem
entra por trás, seguindo uma recomendação que li num site. Ótima dica, é o lado por onde se
ver chegar o azul multimatiz das águas de Bora Bora.

Não dá pra descrever. Só vendo. Vamos combinar, temos Angra dos Reis, Paraty com suas ilhas, o Nordeste com seus coqueiros, mas... em Bora Bora está tudo isso num lugar só e ainda
mais pintado com cores de Photoshop e montanha vulcânica no fundo! Aí não tem pra ninguém meeeesmo! Além do mais, o tempo deu a maior força e ficou impressionantemente lindo só pra gente se matar de admirar os azuis. Ok, Noronha também tem, nas aqui tem uma luz diferente e uns coqueiros...

Não existe um que siga uma linha reta. Os troncos parecem obedecer a uma coreografia: enquanto um está virado para a esquerda ou outro faz pose para a  direita, e um terceiro
curva-se em direção ao mar! E a cor das folhas é  verde com amarelo, que filtrada pelo sol fica
meio transparente! A areia não é de pedrinhas que doem nos pés, não. É fininha e branquinha,
como muitas das nossas praias. Neste quesito, estamos empatados.

Cuidado com o tubarão!!
Não resisti  àquela belezura azul. Vesti meu short modelo europeu, e cai na água morninha e totalmente transparente do Pacífico E você entra ums 10  metros e a água não passa da cintura! Lembrei de que perguntei a recepcionista se não havia perigo de entrar na água (só
para puxar conversa) e ela respondeu rindo largamente: “às vezes vem um tubarão e come um, mas é só um por dia”!!!!!!!

BORA BORA PARTE 1

PAGANDO MICO ONCE MORE (homenagem a  Hortência)

Como já disse, meu francês é de ginásio, ou seja, não vai além de algumas frases e palavras soltas. Mas, depois dos outros idiomas anexados à minha vida, fica mais fácil identificar este ou aquele assunto ou mesmo termo similar. Mas, isso não me salvou do último de mico em Moorea. Isso foi no sábado dia 30. Às 20h, fui para o meu dinner e percebi que iria haver o tal show folclórico com as mesmas meninas rebolando e com cocos nos peitos. Tudo bem, peguei meu prato e me aboletei na primeira fila de mesas, de frente para o palco.Tipo mesa de pista, como se dizia.

Pois não é que uma das dançarinas vem e me puxa para subir ao palco. Devo ter ficado vermelho como pimenta. Mas, outros hóspedes também pagarem seu mico. Mico pouco é bobagem e ainda mais a quilômetros de distância e sem ninguém por perto para me gozar...Fiz filminho do show, em breve posto aqui.

Sobre idiomas, é bom frisar que as recepcionistas não falam outro idioma além do inglês, francês e taitiano.Espanhol ou português, NEM COM LEGENDA!

sábado, 30 de outubro de 2010

POLINÉSIA - PARTE 10

ÚLTIMO ALMOÇO

Sol se foi, mas a chuva não veio. O dia está nublado, sem muito calor. Poderia ter ido almoçar fora do hotel, mas fui seduzido pela cozinha, cujo chef nem sei quem é, mas que tem mãos de ouro, isso tem. Faz uns pratos que, como dizem, é para comer rezando. No jantar de ontem, antes do show no Tiki Village, pedi um risoto com frutos do mar. Sem dúvida, é para qualquer Carlota chorar de inveja.

Hoje, no almoço, pedi um Plate Mediterrané, mais um a taça de bordeaux Alixis Lichine rouge. (veja a foto) O mais impressionante não é apenas o sabor, mas também o esmero com que os pratos são preparados. Com certeza, ninguém é capaz de fazer aquilo com desprezo. É preciso amar o que faz. Isso é tudo, numa cozinha. Quem curte gastronomia, precisa passar pelo Pearl Resort Moorea, da cadeia South Pacific Management (www.spmhotels.com). Para não vir a concorrer com os nativos, num futuro longínquo, claro, preferi não provar as sobremesas. 

Se eles são bons de prato, não ficam atrás no quesito coquetelaria. Decidi experimentar. Fui ao bar e pedi à garçonete de flores no cabelo o que houvesse de mais típico entre os conqueteis.  De bate pronto, ela me sugeriu o MAITAI. É uma mistura de run, suco de banana, de laranja e uma fruta chamada Grenadine, um berry para mim desconhecida. O que importa é que é uma saborosa, de um colorido lindo (veja foto), mas fraca, claro, para alguém que está acostumado com caipiroscas, como eu. 




POLINÉSIA - PARTE 9 (PAREÔ)

 DE PAREÔ, SIM  SENHOR

Vamos usar pareô?
Quem acha que pareô, ou canga, é coisa de moçoilas das areias de Ipanema, está redondamente enganado. Por aqui, esta vestimenta, um retângulo de 1,50cmx2,00, é usado por homens e mulheres e de diversas formas. No Tiki Village, numa bela dançarina mostrou, com incrível habilidade, como transformar aquele pano em roupas muito transadas, em questão de minutos.

Depois, foi a vez de um gorducho (sim, os rapazes são grandes e, na maioria das vezes, muito adiposos!), sem camisa, mostrar como os homens podem ficam bem de pareô.  No fim, a gente acaba achando que cai bem, apesar do estranhamento inicial.

Aqui no hotel, os rapazes da manutenção usam, na maior,  suas saias coloridas. Observei também que são muito vaidosos. Além de terem belas tatuagens (elas nasceram aqui pelas ilhas do Pacífico) pelo tronco e até no rosto, usam cabelos compridos, geralmente presos num coque , adornados por uma  tiara de folha de coqueiro enfeitada de flores (ou não). Querem coisa mais metrossexual ???????

FRANGI PANIER OU TIPANIER


Fauvette, a camareira com Tipanier (flor vermelho-amarelada) no cabelo,  chegou para limpar o quarto. Pena, ela nunca ouviu falar do Brésil, nem de Pelé, nem de samba. Ronaldinho ou Ronaldo “ne existe pa”. E só fala algumas poucas palavras de inglês... Me senti professor de Harward. Vou comprar mais umas horas de internet, enquanto ela trabalha.  A’nanahi ( até já, em taitiano, ensinou-me Fauvette).

Ao sair, percebi que o sol se fora, mas o calor externo é recifense: de, no mínimo, 27 graus. Aproveitei para confirmar, na recepção, o meu check-out  para amanhã, pela manhã. Tudo OK. A bordo de um carrinho de malas cruzei de novo com um hóspede que vira por duas vezes no restaurante. Pareô colorido, peito nu, barriga pronunciada e muitas tatuagens sobre a pele morena, sorriu para mim quando em me preparava para fotografar a cena (veja a foto acima). O motorista também usava habitual pareô azul, com desenho de flores. E eu turistando... 

Impossível  não se dar conta de que há uma cultura de se reverenciar  as flores. Elas estão em todos os lugares, nos cabelos, nas vestimentas, sobre as mesas, em folhetos, rótulos. Será que isso não vai ficar over no final da viagem? Vejamos depois...


POLINÉSIA - PARTE 8 ( FLORES NO CABELO)

C’EST  LA  VI, MON AMI!

Flor Tipanier amarela e branca
Pelo que vejo e converso com este povo insular polinésio, tudo é mesmo muito relativo. Não sei explicar como e porque não vejo por aqui nenhum adolescente tahitiano com cabelo de Justin Bibber, nem mocinhas vestidas como clones de Lady Gaga! O que vi por passeios pela ilha são pessoas vestidas como sempre se vestiram e... sem afetação de mostrar que são adeptos desta ou daquela crença. Vestem-se com roupas coloridas e usam o cabelo longo (sem chapinha) com flores porque aquilo faz parte da vida deles, punto e basta.

No meu papo com a camareira, perguntei-lhe o que mais ela amava no Tahiti. Ela me respondeu, com sorriso largo: a natureza, os pássaros, as flores. E o que mais detestava? Os carros , o barulho, a poluição. Se não fosse por fazerem  girar a economia do arquipélago, ela incluiria os turistas! No que faria muito bem!

PARAÍSO PERDU

Não há como não lembrar do meu amigo Viegas que sempre que quer relatar um lugar bonito, cita trecho do livro espírita “ Nosso Lar”. Pois seu eu disse que por aqui a descrição cabe como uma luva, alguém iria acreditar? O que dizer então de um lugar, cujo ar emana um perfume suave e inesquecível?  As árvores estão sempre com flores perfumadas, que caem e ficam por ali mesmo, sem que ninguém pensei que é lixo e as recolha.

Meu chalé também visitado por carangueijos 
Os pássaros, cantando, parecem felizes. Andam, sem receio do homem, pulam , chegam perto e dão voos rasantes. Cheguei a pensar que seriam movimentados por algum controle remoto para impressionar turista! Ontem, quase não acreditei quando, ao chegar ao meu “bungalow”, fui recebido por um visitante inusitado: um garangueijo. Pode? Com aquele jeito meio de lado, me olhou e entrou no seu tunel, que deverá levá-lo até o mar. Pensei no suposto tunel que diziam existir entre os conventos de freiras e padres...

Pássaros são os donos do pedaço
Ainda sob os efeitos tardios do jetleg, na minha primeira noite neste hotel de Moorea, acordei com um barulho vindo da pool. Era como alguém dando batidinhas numa madeira. Toc, toc, toc.  De cara, passou pela minha cabeça cenas daqueles filmes B americanos em que tribos exóticas sequestram turistas para tirarem-lhe os órgãos ou para executá-los em cerimônias secretas. Alucinações minhas. Depois, voltei  a ouvir o mesmo som que me disseram ser produzido por um pássaro noturno de nome impronunciável. Ufa!

Por via das dúvidas, comprei ontem uma minilanterna, com luzinhas de led,  que me custou apenas 250 cfp. Útil, ela me deu garantia de chegar ao meu chalé na noite escura desta sexta-feira, sem atropelar no caminho  alguma coisa estranha. Aproveitei a ida a um minshopping, localizado a uns 500 metros do hotel, para comprar um leitor de cartão que já me fez descarregar minhas fotos, substituindo o cabo que esqueci em Sampa. 

Quarto com pool privativa (foto abaixo)





POLINÉSIA - PARTE 7 (PEIXINHOS)

LET THE SUN SHINE IN !

Devo uma explicação aos que sabem da minha mania secular de viajar sozinho. Adoro mesmo,  e acho que uma viagem é também um encontro com as minhas interrogações. Mas, deixando a psiquice (existe a palavra?) de lado, vamos ao que interessa. Ela me foi apresentada ainda em São Paulo pelo talentoso Benjamin Moser e eu a escolhi para ser minha companheira de  viagem. Clarice, com suas 638 páginas, é o livro que conta a vida da escritora Clarice Lispector, um presente do meu amigo Neri no meu aniversário passado. Valeu meeeesmo, merci!!!

Tiare é a flor branca, da direita
Acordei hoje, 30/10, com a claridade do meu quintal com piscina (rsrsrsr) entrando pelo meu quarto, gritando alto que o sol voltou a brilhar, Let the Sun Shine In (está é para o Márcio Riscala!!). Demorou, hein, senhor sol!!! Mas, antes tarde do que nunca. Corri para o banho com sabonete de óleo do quê? De Tiare, claro! Me vesti correndo para ver o cenário com nova iluninação e, óbvio, me deliciar com as frutas do café da manhã.

Os melros me fizeram companhia (deixei Clarice dormindo!), volteando com voo rasante as  mesas e os hóspedes. Ninguém liga mais. Eles ficam picando nossos alimentos e fazendo aquilo aqui e ali. Let it Be, porque, na  verdade, o que vale é que tudo fica mais bonito com iluminação do astro-rei. Aproveitei para fazer minha câmera trabalhar!

Mergulhei nesta praia de areia  branca e água transparente
Fui até a praia e resolvi entrar na  água. Sorte que havia comprado um daqueles shorts de náilon comprido que o mundo (fora o Brasil) usa nas praias e piscinas! Sunga, nem pensar! A água, além de impressionantemente transparente em qualquer profundidade, é morna, como a do Nordeste brasileiro e igualmente salgada!

Lembro de apenas dois lugares no Brasil onde a água é tão transparente. Em Noronha, e numa prainha que eu costumava visitar: Praia da Figueira, em Trindade, Paraty. Não duvido (viu, Vulmário?) que haja alguma outra praia brasileira, talvez em Maceió, que tenha tal transparência. Enfim, querem coisa mais linda?

peixinhos vieram encarar o intruso
Pensei em pegar um snorkel, mas nem precisa. Cardumes de pequenos peixes coloridos ficam meio que brincando de esconde-esconde com você. No início penquei que estivessem confabulando para um ataque em massa a este intruso branco. Mas, não. Eles chegam, dão uma olhada, muitas vezes em formação de passeata petista, e saem comentando alguma coisa com os outros. Vi um todo azul, que – como todo ser lindo – fez chame para voltar a aparecer para o papparazo brasiliano.

POLINÉSIA - PARTE 6

TURISTANDO SEM CULPA

Para minha irmã não dizer que sou um pão duro, mão-de-vaca, dos maiores, decidi gastar meus euros no que todo mundo chama de programa para turista. Nem aí. O que eu iria fazer numa noite chuvosa , numa ilha minúscula, no meio do Oceano Pacífico?  OK que a companhia de Clarice é superagradável. Mas, “este  es a parte”, como diz minha deusa Marina de la Riva.(curiosidade mata, viu?).

Fui até ao lobby do hotel e lá estava a bela Dani que fez o meu receptivo. Bom soir, gaguejei e ela, sorridente, me informou sobre o programa de turista daquela noite. Pelo  preço “módico” de 10.000 cfp (119 euros), com jantar; ou 570.000 cfp, o hóspede do Pearl Resort Moorea  poderia ver um espetáculo de dança folclórica, com aquelas mulheres de sutiãs de coco e saia de palha de coqueiro, no TIKI VILLAGE.  Ok, Clarice que me perdoe, mas o deus protetor do homens no Tahiti, o sr. Tiki, ganhou esta parada.

Uma van veio nos buscar (a mim e a um grupo barulhento de “english speakers”). O tal Tiki Village é um espécie de centro cultural de tradições tahitianas. Ali se fazem tatuagens, aprende-se a pintar pareôs  e a vesti-los (sim, tem diversas maneiras!). De quebra, pode-se até aprender  a rebolar os quadris, incluindo-se aí os dançarinos do sexo masculino!!! Detalhe: paguei mico fazendo isso com uma tahitiana no palco do show, pode?  Riam, por favor.

Numa arena com palco de areia, cerca de 40 bailarinos apresentam várias danças,entre elas  a do fogo. Devo admitir que é bem bonito, sim e, muito  sensual o jogo de mãos e quadris. Milhares de anos-luz de distância das horrendas dacinhas da garrafa e similares mais atuais que abundam pelo nosso país. Eles são bons atores e parecem fazer aquilo com extrema alegria. Aliás, alegria por aqui é quase constitucional. Também com toda esta boniteza rodeando tudo com flores e perfumes de Tiare!  Paul Gouguin e mister Brando não foram nada bobos. Micos à parte, nem eu.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

POLINÉSIA - PARTE 5

POMBINHOS EM HONEY MOON
Já me haviam advertido, mas não dei a mínima. O Tahiti se tornou palco de casamentos de ricos e famosos, das aderianes galisteu da vida. Portanto, eu já nem esperava mesmo uma atmosfera Ibiza ou Mikonos. Paciência, nem tudo é perfeito. Os casais, aliás, de todas as idades, fazendo suas bodas ou curtindo sua Honey Moon são maioria absoluta nestes resorts. Parecem ter sido feitos para agradar este público. O meu quarto foi apresentado com uma surpresa especial pela recepcionista Dani (morena, flor no cabelo, roupas coloridas): uma piscina particular na varanda, totalmente indevassável. Ideal para pombinhos lua-de-mel...
Para o bem e para o mal, até o momento, cruzei com pouquíssimos brasileiros identificáveis. Além do cara da Geo., dois casais estavam no mesmo hotel que eu em Papeete. Nem no avião, nem nos hoteis vi crianças turistando com os pais. Acho que o barulho perturbaria o silêncio cor-de-rosa dos pombinhos em lula de mel, pensei cá com meus botões e zipers. Hummmmmm...
PETIT DEJEUNER ( pardon pelo meu péssimo francês!)

Acordei cedo - tipo 6h - com a orquestra sinfônca "natureza do tahiti". Os pássaros madrugan e fazem a maior farra. Como disse a Ivanna, a taitiana que veio arrumar meu quarto, o mais belo da Polinésia é a natureza. D'acord, disse eu, tentando falar o resto do meu francês de ginásio. Ela compreendeu e eu já me considerei um français. rsrsrsrrs

A fo,to prometida
De máquina em punho, fui fazer umas fotos aproveitando o esconde-esconde entre sol e nuvens. Deu até para fazer uma bem bacana em que estou na frente dos chalés palafitas, que prometo postar assim que eu conseguir comprar um cabo para minha camera sony. Pecado mortal para um bom leonino: esqueci o bendito acessório em casa. Só meu amigo Érico, o Senhor da Web, me socorreria nesta hora!

O café da manhã estava posto às 6h30 em ponto. Banho tomado com sabonete feito com óleo da Tiare (aquela florzinha branca símbolo do Tahiti de que falei antes), aliás jamais vi coisa mais "fantastic", como diria o Maurício. A chuva deu uma trégua para me deixar chegar ao restaurante. Pelo corredor, tive de responder vários Bon Jour. Sentei-me à mesa e uma garçonete com derrière de fazer inveja à Mulher Melancia me trouxe serviette e talheres, claro, sem deixar de fazer a pergunta que já ouvi várias vezes: o senhor está só?

Na companhia dos ousados Melros, comi fartamente. As frutas, abacaxi, melão, laranja são estremamente deliciosas.Mais do que as nossas.

POLINÉSIA - PARTE 4

MELROS DESTEMIDOS


Houve uma época, contou-me o colega da National Geografic, que os pássaros negros do tamanho de uma pomba, que hoje voam destemidos por entre as mesas dos restaurantes, vinham comer na mão do cliente. Deve ter sido nos tempos do pintor Paul Gauguin. Porquenem mesmo Marlon Brando, que comprou uma ilha por aqui e nela viveu, desfrutou de mais esse privilégio. De qualquer forma, ainda é surreal ter pássaros tão grandes ao alcance da mão e fazendo evoluções por entre as mesas! Confesso que achei bacana, fora o estranho hábito de fazerem suas necessidades  bem ali..., para o desespero das garçonetes nativas.
Como não sou ornitólogo, mas jornalista, perguntei à garçonete  o nome da ave. Sorriu embaraçada e consultou em taitiano a colega de trabalho. São melros, disse. O almoço  foi servido no restaurante à beira da piscina de onde se descortina aquela famosa paisagem de cartão postal que quer vender o Tahiti: chalés sobre palafitas fincadas num mar azul.
Um simples peito de frango, temperado com alguma coisa agridoce deu o toque especial, garantindo um sabor inesquecível. Claro que fatias de coco decoravam o prato (coco é, talvez, a fruta mais usada na culinária polinésia). Pra arrematar, uma taça de vinho da região. Nada a criticar, já que eles não têm tradição nesta área. Mas, vinho é sempre bom. Do cardápio também faziam parte pratos com peixes crus, lembrando a cozinha oriental de modo geral, porém com a pitada de molho picante. Como os tailandeses, que adoro. Dos preços, já falei lá em cima.
LABIRINTO DE FAUNO
O céu é um mistério. Ora abre e parece que vai firmar, para logo depois se cobrir de nuvens pesadas. O calor em Moorea é constante, calculo que por volta dos 27 graus, inclusive à noite. Aproveitei  uma destas aberturas do céu para fazer algumas fotos. Este é meu segundo dia na Polinésia e ainda estou na fase do tênis, enquanto percebo que outros turistas já estão na fase das havaianas. Sou assim, preciso de um tempo para chegar ao ponto certo. Pelo menos, bermuda e camiseta já saíram da mala. Temo voltar a SP coma ma mesma cor que sai, se o sol não aparecer de verdade.
Uma dica. Os resorts são enormes e os chalés ficam espalhados pelos jardins que são verdadeiros labirintos. Tente marcar o caminho para o seu, porque de tão igual você pode, sem querer, pagar o mico de meter a chave no chalé errado. O mais importante, porém, é ter sempre fácil uma pequena lanterna de bolso, porque à noite o labirinto se torna impraticável e a chance de você se perder é enorme. Amanhã, vou correndo comprar a minha.

POLINÉSIA - PARTE 3

MARURU MOOREA
Nunca antes na história da minha vida havia feito um voo tão curto. O bimotor da Air Moorea, com fuselagem pintada com flores amarelas, e capacidade para apenas 20 passageiros, entre eles eu, não levou nem 5 minutos  para fazer o trajeto Papeete-Moorea. Lá de cima, e abaixo de uma massa cinzento-escuro de nuvens ameaçadoras, eu me perguntava se uns braços tipo Cielo não venceriam fácil aquela travessia de mar azul anil! Ah, com certeza!
É que não sou piloto de aviões. Porque naquelas condições atmosféricas, com chuva forte e nuvens mal  humoradas, eu adiaria o voo. Mas, não. Nosso heróico comandante não deu o menor cartaz para o mau tempo e empurrou o manche para decolagem.  Aviso aos navegantes menos aventureiros: a sensação é a de que estávamos voando de asa delta. Lógico que tentei me imaginar num Boeing. Mas nem deu tempo para viajar nesta história. Poucos minutos e já descíamos por entre os coqueiros de Moorea. Maruru (obrigado, em taitiano), Sr piloto. Ele, como quase todos os nativos das ilhas, também usava a tal florzinha branca na orelha. Será que o perfume que emana ininterruptamente da Tiare  não seria um desodorante natural? Hummm... 
Dois sandubas valem mil francos polinésios
Preciso contar que antes de embarcar, a fome apertou e procurei guarida (essa é do tempo da minha avó) numa lanchonete no minúsculo aeroporto doméstico de Papeete. Um senhora (gorda, claro), com rosas no cabelo (claro, também) me fez um misto quente que me custou 500 francos polinésios (moeda local cuja cifra é CFP), ou seja,  pouco mais 4 euros. O que significa, R$ 9,80 por um sanduba mixo!  Pedi também uma garrafa pequena de água, que me saiu pela metade do misto quente. Não é para menos que a Polinésia é considerada uma das regiões mais caras para qualquer turista. No entanto, no hotel, o prato mais caro não passa dos 2.500 CFP, ou seja, coisa em torno dos 21 euros. Nada muito diferente de qualquer restaurante médio europeu. Ou mesmo de um brasileiro na região dos Jardins. O preço da conexão de internet é de 400 cfp por hora, algo perto dos 3,50 euros (mais de R$ 8 reais!!! Uau!!). Salve,  Brasil!!!


Nuvens ameaçadoras atrás dos chalés "sur palafites"

POLINÉSIA - PARTE 2

SEM SOL NA BAGAGEM
Eu, ao lado da estátua do deus Tiki, protetor dos taitianos
Apesar da Ilha de Páscoa está duas horas a menos do horário de Santiago, que por sua vez está1 hora a menos do horário de Brasília, eu decidi só alterar meu relógio quando descesse em Papeete. O senhor comandante deu  boas vindas aos passageiros, anunciando 23h05 do horário local (7 horas a menos do Brasil!) e tempo encoberto.
Depois do advento (argh!) da internet, ninguém é mais pego de surpresa com mau tempo.Qualquer marinheiro de primeira viagem consulta o Google (né, Daniel!!!) para ver as previsões. Na grande maioria das vezes, a  meteorologia a certa em cheio. Salvo alguns tsunamis não agendados (toc,toc,toc, na madeira!!!). Portanto, é relaxar. Em minha opinião, dependendo do período e do hemisfério em que você vai estar de férias, existem duas alternativas: ou ter paciência de Jó para suportar multidões, filas intermináveis para tudo, mas com sol a pino todos os dias; ou esquecer que o astro rei pode não dar as caras, mas você tem a sua disposição um serviço de hotel e restaurante praticamente dedicado a você (lembrei agora das linhas dedicadas; saí, trabalho!!!). Daí, é contar com a ajuda de São Pedro para mexer os pauzinhos lá em cima!


MAEVA!!!!!!
Por sorte,  viajei  o trecho final da minha ida ao arquipélago perdido entre Chile e Aotearoa (nome que os aborígenes deram a Nova Zelândia)  sem companhia de cotovelo. Nada como pode esticar as pernas, mesmo na transversal, e não ter de ficar preocupado em não importunar o passageiro ao lado. Imagino o sofrimento de quem teve uma daquelas “oversized ladies” como companheira de viagem. Meu santo é forte (quando não está atendendo outro, claro).
A primeira coisa que você recebe de uma morena (magra) sorridente, quando você entra  no aeroporto do Tahiti (FAAA), é uma florzinha (não é comadre Florzinha, Romero!) branca com perfume doce, parecido com o das nossas Damas da Noite (as flores, óbvio). OK, seguindo a tradição local, coloquei  a TIARE na orelha. Me senti meio esquisito. Por sorte, não contei com a avaliação crítica de qualquer espelho, ufa!


Saindo do aeroporto, que pelo que pude ver à noite, é bem pequeno, mas com certo charme (francês, diria o Fernando Salgado), encontrei as representantes da CVC, que aguardavam ao lado de uma lousa onde constavam meu nome e de mais uns 6 brasileiros. Um colar de flores me foi colocado no pescoço e eu corri direto para a van que me levaria ao hotel Manava, antes que algum espelho malvado denunciasse meu mico!


Simpático, atendimento sorridente na recepção, e já para a quitinete de luxo, puxando a mala por um corredor ao ar livre rodeado de plantas. Sim, o quarto era uma espécie de quitinete 5 estrelas, com uma baita varanda pro mar, banheiro e até um lavabo, além, lógico da cozinha decorada no estilo Kitchens. Nada mais clean and cool. Nosso amigo ex-Casa e Jardim iria curtir demais. Eu também. Com a cabeça zoada pelo fuso horário, eu nem sabia mais se precisava almoçar, jantar ou se seria melhor cair na cama e dormir. Optei pela última alternativa. Dia seguinte, café da manhã e aguardar o transfer para a ilha de Moorea. Maeva! (bem-vindo, em taitiano)

Interior do quarto-quitinete

QUEM PRECISA DE MICO?

Pronunciar o nome da capital do Tahiti com acento inglês (papiiite) é pagar mico de quem
nunca esteve por lá, como eu. O correto é usar o E fechado para as duas vogais duplas,
portanto fale PAPÊTE, sem medo. É o mesmo que chamar Noronha de Fernando de Noronha.
Só quem já foi lá paga este mico. Depois, a gente se acostuma. Afinal, viajar é acumular
conhecimentos de toda espécie, não é Fernando?

Saindo de Santiago do Chile, a única parada em que os passageiros podem descer do avião
para esticar as pernas após 5 horas de voo, é na Ilha de Páscoa, famosa pelos misteriosos
moaís, aqueles totens gigantes que estão por toda parte (em reprodução) de onde a gente
conseguiu ver à noite no jardim do pequeno aeroporto. Lá ficamos uns 30 minutos, o
suficiente para um café, lanchinho e para observar que tudo gira em tornos de figuras
indígenas, de camisetas a esculturas. É bom lembrar-se de levar alguns dólares trocados para
essas pequenas despesas , tanto no aeroporto de Santiago, como no de Rapa Nui. Eles não
“trabalham” com euros. Azar o meu.

OVER SIZED

Observar é meu passatempo predileto quando viajo. Ainda no aeroporto de Santiago, comecei
a perceber a quantidade de pessoas BIG, tipo homens com 150 quilos e mulheres beirando
esta margem de adiposidade.  Lembre que já havia lido que Gisele Bündchen não está com
nada para os padrões estéticos dos polinésios. Minha irmã, que de gorda não tem nada,
convenhamos, iria adorar ver aquelas senhoras enormes, felizes, risonhas e com lindas flores
no cabelo. Uma lição para quem vive brigando com a balança. Parece que a felicidade ignora
solenemente dieta alimentar para se caber numa calça 38! Viu, dona Bicoa?!!!

Daquela pequena mostra dos povos polinésios, conclui (apressadamente, para confirmação
posterior) que eles podem ter pele clara, mas os “oriundi” têm cor escura, como a dos nossos
índios, cabelos negros  não tão lisos, e feições que lembram mesmos as os totens da Ilha de
Páscoa. Talvez os mexicanos tenham o biotipo mais aproximado dos polinésios.  Os olhos
amendoados  compõem um sorriso franco de quem parece estar de bem com a vida, mesmo
ficando fora das passarelas da São Paulo Fashion Week. Além do Paulo Borges, alguém estaria
preocupado com isso?

POLINÉSIA - PARTE 1

PENSAMENTO COM LEGENDAS

Sempre achei estranho essa coisa de escrever num blog. Mas, para não ficar demodè, criei alguns que sempre ficavam parados, sempre deixava prá lá, dava preguiça, achava perda de tempo. Até que viajando ano passado com minha irmã, Vera, para Croácia e Alemanha, percebi que muito mais do que uma conversa solitária, algo como "pensando com legendas", o meu blog iria ter uma função mais prática: guardar informações importantes sobre as minhas viagens e assim evitar que o “Alemão” (nome carinhoso para o Sr. Alzheimer) coma para sempre o nome daquele parque ou a hora exata em que desembarquei. Uma espécie de baú cibernético.
 Quando decidi viajar para a Polinésia Francesa, tive a certeza de que havia chegado a hora de começar a conversar sozinho pela internet, na esperança de que algum voyeur me veja pela fechadura da porta do meu computador. Aliás, esta é a minha sensação neste momento. Mas, que diferença faz? Justo eu que adoro pensar em voz alta e até crio diálogos imagináveis com os mais diferentes tipos de pessoas! Voi-lá!
VIAGEM NO TEMPO
Por mais racional que você seja, por mais que tenha visitado páginas do Google sobre a relatividade do tempo, não deixa de ser intrigante perceber que, depois de várias horas num avião, chega-se ao destino e conformando que ali o povo vive uma hora que já vivemos. Nada a ver com as proezas do filme “Nosso Lar”. Acho que pode estar muito mais para a “De Volta para o Futuro”.
Pois bem, pegando carona na informação (que é verídica do diretor de fotografia e vídeo da National Geographic que conheci no vôo São Paulo-Papeete, desde que embarcamos em São Paulo até o momento que pisamos em solo taitiano foram 21 horas, como dizem os baianos, DE RELÓGIO! Isso, somando os habituais atrasos, como o que aconteceu no aeropporto de Santiago do Chile.
Vamos fazer as contas sem os atrasos: 4 horas de voo de SP a Santiago do Chile; mais 5 horas até Ilha de Páscoa (Rapa Nui, que nem o filme), mais 5h45 até Papeete, capital da maior ilha da Polinésia Francesa). Ou seja, gastamos quase 15 horas, como diria meu amigo Viegas, “no bojo da aeronave da Lan” (nada a criticar: a companhia aérea é honesta nos serviços de bordo e no espaço entre as poltronas. Em se tratando – como foi o meu caso – da classe econômica)