ONDE ESTÃO AS BELAS BRASILEIRAS?
Ilhotas cercadas de corais e do mar turquesa |
Meu ultimo dia de paraíso. E porque “we don’t live twice”, decidi fazer um tour circundado a ilha. A lancha que nos levará ao tal Jeep Safari (organizado pela Bora Bora Tupuna Safari tupuna.bora@mail.pf), há 15 no mercado polinésio, chegou pontualmente às 8h15. Menos de 5 minutos depois, estávamos desembarcando no pier da ilha de Bora Bora (não esquecer de que o Pearl Beach Resort fica num motu), onde o tal 4x4 dirigido pelo volumoso Etienne nos esperava.
O guia Etienne e os americanos Debra e John |
Cumprimentos amigáveis e a infalível pergunta ao casal de americanos e a mim: “Where you from”? Quando revelei a minha nacionalidade, o polinésio logo perguntou onde estavam as belas mulheres brasileiras. Onde sempre estiveram: no Brasil, respondi com um sorriso. Ok, começou o tour somente com nós três porque os franceses do Four Seasons não chegaram a tempo. Lá vamos nós, a Debra, o John, ambos da Virgínia (USA), e eu.
Quer saber? Eu já perdi o preconceito de fazer este tipo de programa. Se você tem pouco tempo, não adianta ficar batendo perna, quebrando a cabeça para chegar aos pontos que este tipo de serviço lhe leva por 7.900 cfp (cerca de 66 euros), com direito a um guia contando tudo sobre a cidade e respondendo as suas perguntas. Vale muito a pena. Claro que você tem de se informar sobre o tipo de passeio, porque também tem algumas roubadas, como em qualquer lugar do planeta turístico.
DILMA NA POLINÉSIA
Etienne é uma figura. Camisa florida, bermuda e tênis. Típico guia turístico, com piadinhas e truques engraçados. Faz parte do business. De repente, começamos a percorrer uma trilha no meio do mato (uma vegetação tropical exuberante, aliás), o que me lembrou as aventuras de quem enfrenta o sobe e desce das dunas de Genipabu (RN), sem saber o que significa “com ou sem emoção”. Nós sacolejávamos, desviando de hibiscos, palmeiras, pé de Fruta-pão, folhas de bananeiras, etc.
Enquanto isso, nosso motorista cantarolava o tema do filme “Indiana Jones”. Pode? Até que chegamos o “top of the hill”… Uma visão maravilhosa de quase 360 graus, com os montes Paia e Otemanu nos observando dos seus mil e tantos metros de altura. Conversa vai, conversa vem, Etienne lembrou – para a minha grata surpresa - que acabamos de eleger a primeira mulher presidente do Brasil! E olhe que isso foi hoje, dia 2/11, informação fresquinha para um estrangeiro que mora no meio do nada.
Entusiasmado com o nível de informação do rapaz, engatei outra pergunta. O que mais você sabe sobre o Brasil? “Que tem o melhor time de volleyball do mundo. São campeões!”. Vibrei com a resposta, principalmente porque sou fã dos meninos do Bernardinho! Etienne me ganhou. Mauruuru!!!! (obrigado, em taitiano)
Sabem como eles cultivam as famosas pérolas negras? |
O Jeep Safari passa também por uma oficina de pérolas negras (o comércio destas black pearls tem grande importância para economia do Tahiti). Porém, quem viaja sabe que é sempre uma roubada comprar nestes locais em que os tours param. Com certeza NÃO é o lugar mais barato. Portanto, olhe, elogie, mas não compre. Porque aí uma única pérola não custava menos de 200 euros! Uau! O mesmo vale para a lojinha que vende pareôs feitos a mão na hora. Tire fotos, pergunte, faça cara de interessado... e só.
ESCOLAS E CEMITÉRIOS
Houve uma época em que poucas coisas eram proibidas na Polinésia. Isso foi antes da chegada de padres, pastores e mórmons que vieram evangelizar o povo nativo. Ok, que eles acabam com a prática do canibalismo, mas proibiram também as danças e a música locais. Somente há pouco tempo, estas manifestações artísticas voltaram a fazer parte da vida dos polinésios. Para a alegria dos turistas, claro!
Sepultamento no quintal |
Outra coisa que ainda resiste, embora também proibido, é o sepultamentos dos parentes nos quintais das casas. Passamos por vários destes mausoléus, sempre enfeitados com muitas guirlandas de flores, sem que haja qualquer constrangimento em mostrá-los ao público.
Em Bora Bora, só há o equivalente às nossas escolas de primeiro grau. O segundo grau é feito no Tahiti, onde também há cursos superiores. O nosso guita nos informou que, depois do advento do turismo, o governo incentivou a população local a trabalhar nos hotéis, fornecendo-lhes moradias em Bora Bora (muitos morava nas outras ilhas menores e motus), em locais que chamam de “condomínio”. Sãocasas decentes de um ou dois dormitórios e de , no mínimo, 60m2.
TRADIÇÕES E FLORES
Claro que com a caretice dos religiosos muito da sensualidade nativa dos polinésios foi parar apenas nos shows folclóricos. No dia a dia, o povo são tolera muito. Vi uma turista fazendo topless na praia em frente ao hotel. Era a única. Depois soube pela Debra que eles não gostam, mas “vai de cada um”, argumentaram.
Tanto é que o Tirei – o pool boy – me disse que há uma ilha bem próxima do Hilton Hotel onde os hóspedes praticam o nudismo. Ele disse que só ficou sabendo porque passa por ali na sua canoa no caminho de casa para o trabalho. Sorriu desconfiado dentro do seu pareô amarelo. Separado da esposa, com três filhos, ele confessou ser proibido de ter qualquer relacionamento com as hóspedes. Tudo na moral.
Mas, a invasão do turismo também acaba mudando algumas coisas. Etienne, por exemplo, diz que não tem nenhuma tatuagem, diferentemente da quase totalidade dos homens das ilhas. Segundo ele, antigamente, a tatuagem tinha um significado especial, mas hoje tudo não passa de um enfeite a mais.
Debra tenta aprender a fazer as tiaras de flores |
Aliá, enfeite é o que não falta tanto nos homens como nas mulheres. Hoje, houve uma aula de como fazer as tiaras de flores. E eu que pensava que aquilo era de flores artificiais, como nos bailes do Havaí! É incrível como elas montam com grande rapidez e tudo sem qualquer arame, apenas cordas finas e todo tipo de flor.
Os homens comuns das ruas usam, sem problemas, as suas tiaras de folhas verdes, como se fosse o mais elegante chapéu! Portanto, se vier por aqui ponha sua flor na orelha. Mas, lembre-se de um detalhe: na esquerda, é para casados e na direita para os solteiros!
Dona da lojinha mostra como se pintam os pareôs |