Por qui entraram os prisioneiros dos nazistas |
Uma coisa é você ler em livros, ver peças ou assistir a filmes; outra é você estar no lugar onde os fatos aconteceram. Todo mundo já ouviu falar do holocausto que está irremediavelmente ligado à palavra Auschwitz. Foi com curiosidade, mórbida para alguns, que decidi visitar o ex-campo de concentração e extermínio mais famoso da história mundial. Bertholdo preferiu Old Town e arredores. Entendo tanto a recusa dele quanto a minha opção pelo tour de 100 PLN à região de Birkenau/Auschwitz.
O chamado complexo de Auschwitz (porque ele se divide em 3 unidades e várias subunidades) está a 60 quilômetros da Cracóvia, numa região arborizada. Como todo bom turista, cai nas mãos dos agentes de rua que ficam entregando folhetos com ofertas de passeios. Mao-de-vaca assumidíssimo, optei pelo mais em conta: 100 PLN. Saímos às 10h15 a bordo de um, microônibus com ar-condicionado e uma TV pendurada no teto, cuja programação era nada mais nada menos do que a história do massacre dos judeus nos campos de extermínio nazistas. Uma espécie de trailler do que nos aguardava.
Por ter escolhido a tarifa mais barata, fui obrigado a ouvir tudo em inglês. Guias e vídeos em italiano, espanhol e alemão resultavam num tour mais caro,tipo 120 PLN. Resignei-me. Após cerca de 90 minutos, desembarcamos na entrada principal da unidade 1 do complexo de Auschwitz, a bem da verdade, um museu a céu aberto. Sem entender bem porque, fui orientado, assim como toda a mutildão, a deixar a mochila no guarda-volumes. Por sorte, comprei uma garrafa d'água, por que sem ela teria morrido de sede com o calor de quase 30 graus do verão polonês!
Tem uma hora que cansa; quase desisto nos 20 minutos finais. Com uma entonação teatral, permeada de expressões faciais, o guia foi nos levando por construções que foram erguidas nos moldes e local dos alojamentos originais dos militares. Isso porque os nazistas derrotados tentaram sumir com as provas dos crimes ali cometidos, destruindo quase tudo. Mesmo assim, dá arrepios saber das atrocidades, passar pelos fornos crematórios, pelas câmaras de gás, que os prisioneiros pensavam ser duchas de desinfetação. Milhares de crianças, homens, mulheres, idosos e doentes foram envenenados naquelas salas. Até as pedrinhas de veneno estavam ali para nossos horror.
Sapatos das vitimas |
Depois, passamos pelas salas com vitrines que mostravam centenas de sapatos, recolhidos das vítimas, que eram forçados a se despir antes de entrarem nas tais salas de desinfetação, de onde jamais saíam vivas.
O Museu de Ausschwitz - que poderia se chamar Museu dos Horrores - está ali para mostrar que a crueldade humana não tem limites.
Fornos crematórios |
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