Hoje (24/07) é dia de faxina. A putzfrau (faxineira) polonesa, Hanja, acaba de chegar. Uma simpática senhora com cara de 47 anos. Embora tenha a chave, tocou o interfone e a campainha da porta. Depois dos cumprimentos de praxe, mas risonha, me pergunta se tenho algum pedido especial, algo mais do que ela já vem fazendo para Janine. Disse que não e que ela apenas tentasse eliminar as manchas de panelas na bancada de inox da pia. No mais, o de sempre, disse ela. Passar o aspirador e reaplicar um produto no piso de madeira. Deve ser para manter aquele aspecto fosco-poeira, que é a única coisa que me desagrada na casa.
Mas, quem disse que eu me contentaria com um simples cumprimento prussiano?! Baixou o espirito do jornalista e enchi a pobre polaca de perguntas.
Hanja nasceu em Zakopane, uma minúscula aldeia nas montanhas polonesas, na verdade uma estação de ski, tem dois filhos já adultos e é separada do marido. Veio para Berlin há mais de 20 anos. Calculei e ela confirmou: antes da queda do muro. Pensei em perguntar em que circunstâncias ele veio pro outro lado… mas, seria demais. Comentei que planejava ir à Cracóvia para conferir os elogios que fazem a ex-capital da Polônia e única que não foi bombardeada durante a Segunda Guerra, e hoje considerada pela Unesco Patrimômio da Humanidade. Ela concordou e ainda me deu dicas de outras cidades que mereciam ser visitadas. Isso é que é faxineira boa, não a minha Leda.
Diferente de Leda, que mora em Campo Limpo Paulista, a minha faxineira polaca mora depois de Stiglitz, num bairro do subúrbio de Berlin, numa região residencial rodeada de pinheiros de Natal, bosques e riachos limpos. Nada a ver com o conceito de subúrbio que temos. Tem metrô, mas ela prefere vir trabalhar guiando seu próprio carro. Não sei se vale a pena, porque só de estacionamento ela gastou 6 euros (3 euros/hora).
Hanja não tinha a menor idéia de onde provinha meu alemão. Pedi que tentasse adivinhar, mas foi inútil. Quando revelei minha nacionalidade, Hanja abriu um sorrisão, acrescentando que eu vinha do outro lado do mundo! Concordei.
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