Sempre que me imaginava na Polônia - e, confesso isso aconteceu poucas vezes -, me via em Varsóvia, nunca na Cracóvia, que, pelo soar do nome mais me parecia algo lá pra cima do globo terrestre, tipo, Rússia. Pois, outro dia, conversando com um polonês, ele me convenceu a visitar a cidade, localizada a cerca de 600 km de Berlin. Com a vinda do Bertholdo (que não é Brecht), me animei, lancei a ideia e ele topou no ato, meio sem saber também o que iria encontrar pela frente. Claro, que antes, tivemos aulas com o Papai Google, que ninguém é louco de se aventurar pelo Leste sem um mínimo de informação.
Compramos o pacote pela Airberlin ao preço de 180 euros cada um. Barato, se considerarmos que isso incluiu passagem (ida e volta) e hotel de 4 estrelas com café da manhã!. Beleza! Roupas na mochila, protetor solar novinho e 100 euros para gastar (previsão) na terra do cineasta Roman Polansky. Setenta e cinco minutos depois, lá estávamos nós desembarcando, sem saber dizer sequer "não" em polonês. Mas, o Bertholdo se vira bem no francês; e eu no alemão. Se rolasse ser em inglês, a gente se entenderia.
No Exchange do aeroporto Balice, os nossos 100 euros viraram 351,27 PLN (se diz Zloty). Não tínhamos a menor ideia do que isso representaria em termos de gastos. Não sei por qual lógica, mas sempre procuro fazer câmbio com base em 100 alguma coisa. Ok, saímos do aeroporto, com os polacos recusando-se solenemente a entender qualquer frase em francês ou alemão. Sobrou nosso surrado inglês, que nos acompanharia pelo resto da nossa estada em terras polonesas. Quer dizer, nem sempre. Só a população mais jovem consegue se fazer entender na língua de Madonna. Motoristas, vendedores e transeuntes acima dos 40 anos, nem pensar: já balançavam a cabeça pronunciando algo que devia ser "só falo polonês". Com dificuldade,
conseguimos nos fazer entender com o motorista do táxi, que nos levou ao hotel, por 75 PLN.
Talvez por isso mesmo ou não (como diria o Caetano), é bom lembrar que a cidade, pertenceu à Áustria (onde se fala alemão) por um bom tempo…e sobreviveu incólume aos bombardeios nazistas à Polônia na Segunda Guerra Mundial. Depois, sofreu forte influência da União Soviética, tornando-se República Popular da Polônia até a queda do Bloco do Leste em 1989. Gato escaldado, o polaco não deve mesmo gostar de ouvir alemão… nem russo
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